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Presidente da Abrasf participa de reunião para tratar da reforma tributária

Presidente da Abrasf participa de reunião para tratar da reforma tributária

Técnicos da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf) e assessores parlamentares da Câmara de Deputados vão formar um grupo de trabalho para alinhar uma proposta de reforma tributária que contemple, também, às urgências e perspectivas dos municípios, mantendo sua autonomia arrecadatória. A decisão foi tomada em Recife/PE, nesta terça-feira (28), durante o segundo dia da Plenária de Prefeitos da 72ª Reunião Geral da entidade. O debate contou com a presença do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), relator da matéria no Congresso Nacional, e do presidente da Abrasf e secretário municipal das Finanças de Fortaleza (CE), Jurandir Gurgel.

Mediado pelos prefeitos de Campinas/SP, Jonas Donizette, presidente da FNP, e de Recife, Geraldo Júlio, vice-presidente de Mudanças Climáticas, o debate unificou a opinião compartilhada de que a reforma tributária é necessidade urgente. Segundo o assessor técnico da FNP, José Roberto Afonso, o atual sistema é um dos piores do mundo, refletindo na queda da arrecadação. "Nosso desafio é encontrar uma fórmula para que os municípios mantenham sua autonomia, buscando olhar para o futuro", comentou.

“Não é possível fazer reforma tributária retirando a autonomia dos municípios de tributar. O ISS é o imposto mais promissor, pois o Brasil é um país com o serviço em expansão”, falou o presidente da Abrasf.

Segundo o parlamentar, o texto de sua relatoria tem o objetivo de simplificar o sistema, no entanto, o grupo de prefeitos entende o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) como um instrumento que pode afetar a capacidade própria de o município tributar. Hauly pontuou que a solução tem que ser nacional e uma discussão no Congresso possibilitará, inclusive, a melhora do ânimo do mercado. "O modelo da proposta de reforma é factível e preciso muito do apoio de vocês”, falou, concordando diretamente com a proposta do prefeito de Palmas/TO, Carlos Amastha, vice-presidente da FNP, pela formação de um grupo de trabalho entre assessores do parlamentar, FNP e Abrasf.

Debate

A reforma tributária foi tema de um debate promovido pela Abrasf no mês anterior. Para argumentar sobre o assunto, estiveram presentes representantes da FNP, Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais (Fenafim), Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Associação Brasileira de Municípios (ABM), e Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM).

Na ocasião, Jurandir Gurgel ressaltou que o texto apresentado, até o momento, torna explícita a maior concentração de competências e da arrecadação no governo central. “Em resumo, teremos mais receitas transferidas à esfera municipal, mas não o domínio sobre a arrecadação, com exceção dos impostos patrimoniais IPTU e ITBI que já são de competência tributária dos municípios”, avaliou.

Ele defendeu ainda que a discussão deve abordar o pacto federativo, com foco na maior autonomia dos estados-membros - Distrito Federal e municípios -, aliada à abertura de novos canais de integração democrática com os cidadãos e às estratégias de solidariedade entre os entes. Desta forma é consolidado o pacto federativo e cooperativo, não apenas em sentido formal, mas também material.

A Abrasf ressalta que a posição defendida não é absolutamente contrária à reforma tributária. A entidade compreende a necessidade de aperfeiçoamento do sistema tributário e modernização da administração tributária, entretanto, pela sua especificidade, complexidade e o impacto sobre o federalismo brasileiro e autonomia dos entes subnacionais, é preciso um debate com o devido rigor que o tema requer, ao invés do argumento preponderante que se sustenta apenas na simplificação do sistema com o intuito de fazer o Brasil voltar a crescer.

Fotos: Divulgação/FNP